Quem participou do último CBTD, que ocorreu neste ano em São Paulo capital, pode perceber que as inteligências artificiais foram as bolas da vez. Todo mundo só falava e pensava nelas. As IAs dominaram, desde as palestras mais simples, passando pelas plenárias, talks até a feira de exposição de soluções pelas empresas do segmento.
E a pergunta que ficou no ar é: Será que essas inteligências vêm para agregar valor à produção e gestão na educação corporativa, ou elas vêm para substituir algumas profissões?
Dada a chegada da web 5.0 (interagimos com a máquina e a máquina interage conosco), que é de fato uma verdadeira revolução na forma em que navegamos, criamos e lidamos com o conteúdo em rede que propicia o ambiente ideal para os metaversos e as IAs ganhem mais espaços. Todavia, não penso que as IAs surjam como algo que vá substituir profissões de tecnologia, mas sim com algo que venha agregar nos processos e nas produções nesses mercados e profissões.
Um exemplo bem claro de revolução que tivemos nos últimos anos, na realidade das produtoras de material didático para a educação corporativa dentro das áreas de T&D e Universidades Corporativas, foram os surgimentos das chamadas ferramentas de autoria; entre elas temos o Captivate, o H5P, Genially, ispring, Articulate e tantas outras que usamos no nosso dia a dia e que hoje fazem parte da nossa rotina.
Recordo que quando tudo era mato no EaD brasileiro, achávamos que o essas ferramentas substituiriam profissões como a do motion (animador), programador, designer gráfico, revisor e outras; mas o que vimos nas produtoras de EaD e nos RHs, foi um movimento completamente diferente.
Essas ferramentas entraram nos projetos de educação corporativa e em suas entregas, mas as demandas específicas para os profissionais supracitados continuaram existindo, um exemplo é quando criamos um ambiente em html5 (linguagem de programação) para rodar uma one page, ou quando usamos uma ferramenta de jogos como o Unity (Software para criar jogos) para criar um game educativo ou quando precisamos fazer um empacotamento no formato scorm (modelo de empacotamento para LMS)..
Assim, também, me parece ser a relação com as inteligências. Elas vêm para suprir as necessidades e para otimizar a criação de objetos de aprendizagem dentro de nossas trilhas, acelerando o processo de produção, aumentando a qualidade e dando autonomia também para setores que antes não possuíam determinadas tecnologias.
Neste sentido, saem na frente as pessoas ou as empresas que sabem mexer e usar bem essas inteligências e as aplica em seus projetos. Prova disso é a procura das pessoas em cursos técnicos que ensine um pouco mais sobre seu uso.
Mas será que tudo o que vimos na CBTD é de fato tecnologia de ponta?
Vimos muitas empresas usando o deepface para gravação de vídeos e voz; e sabemos que essa tecnologia já vem sendo usado até mesmo para fazer sátira de políticos na rede faz um tempo, temos como por exemplo o bruno Satori.
Outra inovação apresentada é o IA dentro dos LMS e LXP, coisa que Universidades como a Anhembi que já utiliza há anos. No modelo empregado pela IES o boot/IA, há um ganho no repertório, ao passo que interage com os estudantes. Verifique clicando aqui.
Ao mesmo tempo que vimos coisas novas, por exemplo, a integração de plataformas com Chat GPT e similares, possibilitando a criação acelerada de conteúdo e objetos de aprendizagem. Também vimos Sistemas com modelos de cashbank, falas sobre acessibilidade e muito mais.
O evento realmente foi marcante e, além das tendências que vinham sendo repetidas anos após anos, como microlearning, life long learning, gamificação e etc; agora temos o uso dessas novas IAs que pipocam todos os dias nas redes e, sim, com certeza, elas farão parte da rotina dos designer Instrucionais e das fábricas de conteúdo, afinal tudo aquilo que é automatizado e que acelera o processo de produção, certificação e disponibilização, nos vem de bom grado não é mesmo?
E o desafio que fica é o de nos adaptar, de explorar e conhecer os recursos que são interessantes para a realidade do negócio e que ajudem atingir os indicadores estratégicos da organização e, claro, saber manusear bem a ferramenta. Não podemos esquecer a premissa Freiriana que diz que “O educador se eterniza em cada ser que educa”. Logo, a educação é feita de gente e para gente, e não de máquinas para pessoas! Discurso humanizado, dialogado e planejamento, voltado à cultura dos aprendizes ainda é fundamental nesse processo.
E você, o que achou das novidades e como acha que elas impactarão a educação corporativa nos próximos meses? Comenta aí!
Eu me Chamo João Alcântara, sou DI e consultor de aprendizagem com foco em educação corporativa. Sou licenciado em Filosofia e tecnólogo em Jogos Digitais. Graduando em História e Pòs graduando em Neuroeducaçao e Gestão de Projetos. Me segue no Linkedin.